Um grito pela unidade dos
pastores.
DE PASTOR PARA PASTOR
Muito se tem falado sobre a unidade da igreja, mas pouco ou quase nada
se tem dito acerca do principal motivo dessa falta de unidade. A igreja não
terá unidade enquanto não houver unidade entre os pastores.
Esta compreensão me ocorreu depois de assistir a um vídeo no site
Youtube, onde dois pastores de projeção nacional se agridem com expressões
baixas e indignas de homens de Deus. Confesso que tenho visto mais respeito e
ética entre os ímpios do que entre nós pastores. Quando vamos nos dar conta da
grande contribuição que estamos dando ao inferno para dividir e enfraquecer a
igreja de Jesus Cristo? Se as nossas igrejas estão divididas, elas estão apenas
copiando os exemplos que estamos dando.
Porém, é importante não confundirmos unidade com corporativismo ou
cumplicidade; outra praga tão perniciosa quanto a falta de unidade! Com
facilidade saímos do extremo da falta de unidade, para o extremo da
cumplicidade, onde não há espaço para exortações, nem prestação de contas ou
correções, e onde a proximidade se dá apenas e tão somente em função de
interesses egoístas e no acobertamento de pecados e erros.
Quando falo de unidade, refiro-me à condição de nos vermos como parte de
um mesmo projeto, de um mesmo movimento espiritual – o movimento de Jesus,
integrantes de uma mesma família, filhos de um mesmo Pai Eterno, detentores de
uma mesma fé e agentes de uma mesma missão.
O que a falta de unidade produz?
Bertoldo Weber diz em “Koinonia: Caminhos Para a Comunhão Ruma à
Unidade” (Ed. Sinodal) que “a fragmentação interna entre os cristãos causa
embaraço e sofrimento à igreja e ao mundo. Ela contradiz abertamente a vontade
de Cristo, constitui-se em escândalo para o mundo, como também prejudica a
santíssima causa da pregação do Evangelho a toda criatura; além de prejudicar o
serviço cristão a ser prestado incessantemente ao mundo”.
O que mais dói é saber que não é o diabo nem os seus demônios que estão
diretamente envolvidos com a fragmentação interna da igreja de Cristo, mas nós,
os pastores. Somos nós, caros colegas, que fragmentamos o rebanho do Senhor,
agredindo-nos mutuamente, falando mal um dos outros, usando os fracassos uns
dos outros como ilustrações dominicais, numa demonstração infantil de sadismo e
irresponsabilidade. Somos nós que contribuímos mais com a falta de unidade,
quando por incompetência ou inveja, expomos os ministérios que estão crescendo
acusando-os de não serem sérios ou biblicamente corretos. É a nossa inveja, o
nosso orgulho e a nossa presunção que nos transformam em multiplicadores da
desunião.
Como as nossas igrejas vão compreender a unidade se nós, seus pastores,
vivemos como cães e gatos? Vamos nos despir desse falso véu de superioridade e
dar um passo rumo à unidade, que é a única arma que dispomos contra as astutas
ciladas do diabo.
Para sua/nossa
reflexão deixo a letra da música FALSO VÉU, de Guilherme Kerr e João Alexandre:
Quem é que pode te garantir / Que este teu jeito de servir a Deus
Seja o melhor, seja o mais leal / Um padrão acima do normal.
De onde vem tanta presunção / De ser mais santo de ser capaz
De agradar a Deus, crente nota dez / Superior acima dos fiéis.
Pobre este entendimento que não vem do céu
Fraco discernimento: frágil, falso véu / Tenta encobrir em vão teu lado
animal.
Luta, perseguição, tanto desejo mau / Confusão, divisão.
Se alguém quer mesmo agradar a Deus
Saber das coisas, compreender.
Mostre em mansidão de seu caminhar
Ser gentil no gesto e no olhar
E a diferença que existe em nós
Poeira santa do mesmo chão
É somente o amor que nos alcançou
Graça imensa, imenso perdão.
É somente o amor, que nos alcançou.
Graça imensa, imenso favor.
Rev. Milton Rodrigues
Presidente ASPESS.
Presidente Ministério Pleno.